Vejo-me
debulhando destroços de mim entre troncos e lixo átono, esmagando o meu
descanso, fatigado de outras voltas dadas pela vida plena de engano e a
crueldade da minha consciência.
Desesperado
sinto, aliso o meu corpo e nele alivio a minha vontade de morrer, vigio as
minhas origens tropeçando na realidade das situações. Adormeço, a minha voz e
as palavras são aquilo que eu não quero dizer.
Espreitando
este estado latente de emoção, contorno a vontade de partir e amo a triste
realidade de existir, sinto-te a cada movimento dúbio e tenso do meu corpo e
com ele vivo e deito-me esperando o sol, circunstancia de coisa alguma, vontade
emergente, ocasionalmente modesta e banal, alma de prosa frágil e tensa,
constante interminável da vida.
Ensinaste-me
a magia do sonho e fizeste-me acreditar que era real, contudo, sou figura deste
presépio de natal que estaticamente recordará, ano após ano, mais uma expedição
ao destino impossível de ti, tilinto por dentro do corpo encarnado em mim e com
ele vagueio nas ondas dos sentidos.
Afasto-me da
dura realidade, da verdade plantada na perceção do impossível e viverei segundo
as regências do afeto eternamente impossível.
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