sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Visões





Vejo-me debulhando destroços de mim entre troncos e lixo átono, esmagando o meu descanso, fatigado de outras voltas dadas pela vida plena de engano e a crueldade da minha consciência.
Desesperado sinto, aliso o meu corpo e nele alivio a minha vontade de morrer, vigio as minhas origens tropeçando na realidade das situações. Adormeço, a minha voz e as palavras são aquilo que eu não quero dizer.
Espreitando este estado latente de emoção, contorno a vontade de partir e amo a triste realidade de existir, sinto-te a cada movimento dúbio e tenso do meu corpo e com ele vivo e deito-me esperando o sol, circunstancia de coisa alguma, vontade emergente, ocasionalmente modesta e banal, alma de prosa frágil e tensa, constante interminável da vida.
Ensinaste-me a magia do sonho e fizeste-me acreditar que era real, contudo, sou figura deste presépio de natal que estaticamente recordará, ano após ano, mais uma expedição ao destino impossível de ti, tilinto por dentro do corpo encarnado em mim e com ele vagueio nas ondas dos sentidos.
Afasto-me da dura realidade, da verdade plantada na perceção do impossível e viverei segundo as regências do afeto eternamente impossível.

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