Aí que gana,
gana de ter um coração fraco, que escuta e não fala, apenas verte lágrimas de sangue
na esperança de te cercar com fome e depois partir.
Não tem de
ser assim, eu não sou assim, castigo-me, estou a tempo de me castigar com os
latejos da alma que já não sinto mas que oiço, que percebo mas não entendo,
não, não sou assim, não vivo saciado, não vivo.
Vivo??? Não.
Não sei ate
quando vou durar, mas vou vivendo sem esperar mais o amanha, sou um curioso da
vida, nela não busco certezas mas sim deleite em descobri-la, sem a repetir.
Não autorizo o prazer de viver, tenho a minha
prolação da existência, o meu encontro com a morte interior constante, faz-me
cogitar na vida como uma simples transição para lado nenhum, unicamente ferida eloquente.
Remo nestas proas
tortuosas procurando o que nunca encontrarei mas, alturas subsistem em que
mesmo os homens exíguos, deixam esvaziar a energia dos braços e apertam um outro
capaz de o levar ao zénite da alma absorta, alturas sobrevêm em que atrás dos
nossos biombos, vemos pensamentos tolhidos pela altura das alturas, sem
perguntarmos porquê só por que temos medo da refutação da nossa alma.
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