Não sou
ninguém.
Não almejo
ser ninguém,
Encerro o
maior de todos os sonhos,
Mas não sou
ninguém.
Entro na
vereda do além, sinto-o, absorventemente, sinto-o
Esclarecido
procrastino a retirada e vomito vocábulos,
Consumo-me
entre a vontade de ter vontade e a firmeza de ser forte
Amparo-me no
poial da porta e aos haréns do corpo
Despego-me
suficientemente da ilusão
Para poder
encostar os olhos na realidade,
Rever-me
nela é atroz, é substância entre o tudo e o nada,
É pedaço de
prosa e nada de laudável,
Peça do
transe e fração da existência.
Triste a
despedida que carrego,
Hoje
sinto-me triste, assim como a triste despedida que carrego,
Sinto-me
dividido, entre falar de tudo e não dizer nada,
É triste
partir, mais é permanecer e não estar,
Hoje parti,
sinto-me partido, não estou
Sinto que
não estou e que não sei o que é estar,
Difícil
conjugar os verbos, aniquilar a esperança e voltar a matar o odio,
Existo,
penso que sim, existo mesmo,
Carrego
então a expectativa de deixar de existir,
Sinto-o, sinto
o trago amargo da falta de dialogo,
Atroz
silencio, banalmente atroz, sinto-o
Desta rua
consigo deixar de ver a outra rua,
É de pedras,
esta
A outra
cheira a pensamentos, é escura,
Sinto-a, claramente escura, é a outra rua,
Já la passei
uma vida, a outra minha vida,
Passarei lá
as vidas mais que conseguir passar,
É de pedra a
outra rua, esta também é de pedra como a outra,
E eu sou
mais um que lá passa, sou néscio, sou também eu atroz
Sinto-a, eu
sinto-o.
Sinto um
ambiente cruel, tempestuoso, afavelmente carente
Um ciclo de
guerra sombrio, obscuro,
Decisivamente,
selvagemente duvidoso
Esbranquiçado
perdoo-me,
Fico
embutido no sedimento da palavra,
Experimento
nuvens na imensidão deste meu céu
E nele
permaneço, silenciosamente, em pleno trabalho final
Melindro-me
neste irregular pesadelo da alma
E demoro-me
no infinito da mente.
Omiti a
porção fundamental, mas sinto-a.
Eu sinto-o.
Sublime!
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