quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Presente Perfeito




Debruçado sobre mim próprio, num banco de madeira carcomida pelo tempo, vejo ao longe as colinas do desejo num semicírculo de ansiedade, entre curvas e névoas de passados próximos, vejo-te sem poder fugir à Insignificância do meu ser, por entre fragas de minutos da tua ausência, sinto-me pobre, fraco, recuo longos minutos, retrocedo. Procuro a chave da existência de mim, duma migração entre nós centradas no canto dos teus olhos, máquinas fulminantes de prazer, que me seduzem e atraem.
Ofuscas-me pelo silêncio da tua voz, pela escusa de ti sinto o verniz da tua alma estalar dentro de mim, o gosto o teu batom na minha foz, os teus impulsos magnéticos dentro do meu corpo, procuro fugir do mundo em encontros fascinantes de nós.
Observo-te, busco-te a cada sinal de mim em ti, num instante de loucura de um futuro alcançável, presente perfeito.

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