quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Olha!



Olha para mim a qualquer instante, qualquer um que te faça recordar apenas a maneira como me possuis, olha para mim, vira-te, conhece-me, preenche-me este espaço vazio enquanto espero por te dizer, encara, olha para mim.
Pára de chorar, sente-me enquanto me agarras a mão, olha para mim sem te perderes, sê, conjuga este simples verbo que chega sempre antes de te ires embora.
 Olha para mim mais esta noite, mais esta experiência de entenderes como me sinto, deixa os “eiros” infindavelmente, enquanto eu não fico isolado, aprende a viver só mais esta noite, olha, olha para mim.
Olha para mim sem temor, sem medos, entrega-te como todos os dias, entrega-te com todas as tuas cores, vive algo de subliminar, sem receio, sem medos, de maneira que eu te sinta respirar.

E, se me abandonares numa manha qualquer, nunca te esqueças que um dia olhaste para mim e eu para ti.

domingo, 22 de novembro de 2015

Não, não é cansaço





Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.


                     Álvaro de Campos