Estou farto das donas de casa, daquelas que pintam as unhas ao
fim de semana, as que parecem serias aos maridos e família, as mesmas que falam
com os outros de trabalho só para não incomodarem os maridos em casa com as
conversas enfadonhas que costumam ter, eles já não as ouvem, escolhem uma
vitima entre um dos que dizem ser “amigos” e vai disto, atanazam-lhes os
ouvidos à mais pequena oportunidade,
Donas de casa, aquelas que enquanto fazem “amor” (ahahahah)
pensam no dia de trabalho que irão ter, missionariamente, mesmo que diferente
acaba por ser sempre igual, missionariamente, dessas que, a espaços têm de
lavar roupa, estende-la, dobrar meias, cozinhar e passear o cão, enquanto ele,
refastelado no sofá, vendo a bola, palita o espaço deixado entre o canino e o
pré molar, chupando de seguida lufadas de ar na cavidade aberta pela retirada
da comida, brindando-a com aquele barulho próprio de quem acusa a sucção.
As donas de casa, já me enfadam, ontem dizia-me uma amiga
acerca do marido, coisas que elas não lhe dizem a eles, só aos amigos:
- Pá ele trair-me com outra gaja a 10.000 km de casa, eu até
poderia entender, mas F***-**, com uma preta?
Ela diz que lhe disse, eu acredito, mas olha lá, a cor é
importante?
Se for, eu quando não me peido ando amarelo, achas isso
relevante para a minha condição de humano?
Deixa eu entendi-te, e quando deixas de ser dona de casa?
Há certo um tipo de donas de casa de que gosto, o tipo
atrevida, principalmente se são donas da casa de um outro gajo que não eu, umas
que fazem quase tudo para agradar ao conjugue, não por dedicação mas sim para
limparem o sentimento de culpa que carregam, por vezes até fazendo crer aos
outros que a culpa é deles, esperem, a culpa é só vossa, os outros não têm
qualquer tipo de contrato nupcial com o nubente. Essas são as giras as que não
se ficam pelo fim, fazem da entrada o seu melhor momento e na circunstância
definam frases do género:
- Anda cá à minha beira que te trinco as orelhas e deixo-te
fazer-me um gaiato.
Essas sim, são já o protótipo da dona de casa inteligente,
madura, aquelas que durante um certo lapso de tempo, enquanto as pessoas lhe
dão jeito, até falam de amor como se fosse uma ciência exata que dominassem na
perfeição, as doutoradas em afetos com todos menos os maridos delas, aquelas
que precisam de empregada para passar a ferro e não gostam de sujar as mãos com
coisas parecidas com amanhar peixe, sim, isso é nojento. Gosto dessas.
Outra há que me são indiferentes, a mim, ao mundo e até a elas
próprias, são as que fazem tudo o que as outras fazem e mais um par de calças,
mas preocupam-se tanto em agradar ao marido que se esquecem delas mesmas e
depois é vê-los nas casas de alterne a pagarem bebidas às senhoras da vida
fácil.
Há também uma outra espécime de homo sapiens sapiens sapiens sapiens versão feminina, as modernas,
as que passam metade da vida delas nos ginásios
para conseguirem retirar as gorduras acumuladas pelos erros diários que
cometem, são as cremo-dependentes , as que pintam as unhas de cores berrantes
para parecerem modernas, que querem ter sexo dentro dos carros para pensarem
que são mais novas, as que envergam colares monstruosos e papoilas nas camisas,
as que leram meia dúzia de livros dos autores da moda e já falam de literatura
como catedráticas, coitadas nunca nenhum
gajo terá coragem de lhes dizer:
- Gaja, não penses que conseguiras esconder a tua idade, nem
tão pouco acabares com essa barriga de aluguer ou ainda a parte que tens
encascada nas pernas, isso é uma consequência dos anos que já viveste e, pelos
vistos não deves ter vivido muito bem se não, não estavas assim.
Pode um dia existir algum.
Existem ainda as verdadeiras donas de casa, as literalmente
donas de tudo, da casa do carro, dos filhos, das contas bancarias, dos maridos,
dos cães, das famílias, o que lhe sobra do ego é direcionado para todo e
qualquer sentimento de pose mais aguçado não se ficando só por bens matérias,
querem mais, escolhem as cores da tinta da casa, as cores dos carros, e a cor
das armações dos óculos deles, enfim…
Não fiquem chateadas, um destes dias escreverei acerca de nós,
os machos, das nossas micoses, do nosso laxismo, da maneira como somos
traídos…depois contarei tudo.