Castigo, é pena o que sinto, é algo entre o real e o abstrato,
entre a relação e o abandono, é apenas uma outra maneira de tentar ser e ser
sem tentar ser nada de diferente, é pena, castigo até, algo entre a psicagogia
e as agitações equóreas traçadas por vagas menores, é pena apenas pena, não a
pena desprezível, mas sim a pena altiva e crente num futuro diferente, pesquisando,
desesperadamente, filar numa pobre enfermiça banalidade a triste realidade.
Uma pureza, uma pureza quase selvagem estendida da montanha
até ao lamber do mar, algo com inclinação maléfica e alma protestante, algo como
fiéis divinos lançados para fornalhas de cores berrantes, enfeitados com mantos
escarlates e odores pútridos, levados ao extremo da excitação, entre respiros
ofegantes e braços hiper-realistas, abertos, em forma de “T”, abraçando um qualquer
falso rito em busca da imaterialidade ensaiada.
Castigo, é pena o que sinto…