domingo, 29 de junho de 2014

Castigo



Castigo, é pena o que sinto, é algo entre o real e o abstrato, entre a relação e o abandono, é apenas uma outra maneira de tentar ser e ser sem tentar ser nada de diferente, é pena, castigo até, algo entre a psicagogia e as agitações equóreas traçadas por vagas menores, é pena apenas pena, não a pena desprezível, mas sim a pena altiva e crente num futuro diferente, pesquisando, desesperadamente, filar numa pobre enfermiça banalidade a triste realidade.
Uma pureza, uma pureza quase selvagem estendida da montanha até ao lamber do mar, algo com inclinação maléfica e alma protestante, algo como fiéis divinos lançados para fornalhas de cores berrantes, enfeitados com mantos escarlates e odores pútridos, levados ao extremo da excitação, entre respiros ofegantes e braços hiper-realistas, abertos, em forma de “T”, abraçando um qualquer falso rito em busca da imaterialidade ensaiada.
Castigo, é pena o que sinto…

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Volta Cruz, estão perdoados...

Capitão Romance

Ornatos Violeta

Não vou procurar quem espero
Se o que eu quero é navegar
Pelo tamanho das ondas
Conto não voltar
Parto rumo à primavera
Que em meu fundo se escondeu
Esqueço tudo do que eu sou capaz
Hoje o mar sou eu
Esperam-me ondas que persistem
Nunca param de bater
Esperam-me homens que desistem
Antes de morrer
Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou
E ao fim não toquei em nada
Do que em mim tocou
Eu vi
Mas não agarrei
Parto rumo à maravilha
Rumo à dor que houver pra vir
Se eu encontrar uma ilha
Paro pra sentir
E dar sentido à viagem
Pra sentir que eu sou capaz
Se o meu peito diz coragem
Volto a partir em paz
Eu vi
Mas não agarrei