A shambon é a minha cadela mais nova, indica-me sempre o rumo
que devo de seguir, fez com que eu entendesse ontem que a vida se resume a
comer, beber, (porcos, a cadela é virgem) e morrer descansado.
Comer porque a cachopa não pára de comer, ela é carne, ração,
ossos e afins. Beber porque com o estio nada lhe faz parar a vontade de
entornar galões de água fresca que, com cuidado, mantenho gota a gota.
Morrer descansado porque a vida se resume a deixar de viver,
ela é perita nisso, ora se deita debaixo dos carros, ora se senta altiva nos
degraus, ora relaxada, abre os quartos traseiros na esperança de ser estocada
por um qualquer rafeiro alentejano.
É linda a shambon, uma rafeira que só quer deixar passar o
tempo a amar incondicionalmente o dono, como eu gosto de ser amado, não fosse
ela ninguém mais me compreenderia nesta amarga viagem térrea, também a amo, não
me pede nada, não quer nada em troca a cada lambidela que efetua, arranca-me os
pelos inoportunos da face à dentada sem me deixar respirar, beija-me sem me
perguntar se eu quero e deseja-me a cada instante a que eu a deixo entregue à
sua sorte.
É linda a shambon…
O vinho do porto foi só para despistar.
Tchim-Tchim...
ResponderEliminarsaúde...:)
Tchim-Tchim...
ResponderEliminarsaúde...:)