segunda-feira, 8 de julho de 2013

Eu a shambon e o vinho do porto...




A shambon é a minha cadela mais nova, indica-me sempre o rumo que devo de seguir, fez com que eu entendesse ontem que a vida se resume a comer, beber, (porcos, a cadela é virgem) e morrer descansado.
Comer porque a cachopa não pára de comer, ela é carne, ração, ossos e afins. Beber porque com o estio nada lhe faz parar a vontade de entornar galões de água fresca que, com cuidado, mantenho gota a gota.
Morrer descansado porque a vida se resume a deixar de viver, ela é perita nisso, ora se deita debaixo dos carros, ora se senta altiva nos degraus, ora relaxada, abre os quartos traseiros na esperança de ser estocada por um qualquer rafeiro alentejano.
É linda a shambon, uma rafeira que só quer deixar passar o tempo a amar incondicionalmente o dono, como eu gosto de ser amado, não fosse ela ninguém mais me compreenderia nesta amarga viagem térrea, também a amo, não me pede nada, não quer nada em troca a cada lambidela que efetua, arranca-me os pelos inoportunos da face à dentada sem me deixar respirar, beija-me sem me perguntar se eu quero e deseja-me a cada instante a que eu a deixo entregue à sua sorte.
É linda a shambon…
O vinho do porto foi só para despistar.

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