sábado, 23 de fevereiro de 2013

Mar

 


E tudo o mar vestia,
tempestuoso agredia, embalado pelo diabo partia,
amargo e escumoso o mar batia.
E na genica que brandia juntava lenha como mercadoria,
acre e espumoso, o mar trazia.
Sendo dia mal se via, o nevoeiro paria,
perigoso, num repente o mar subia e descia.
Onusto de bravura, desmaiava e falecia,
rebolava pelas pedras repleto de energia.
E a onda que enroscava a imensa arrelia,
pintada de azul desmaiava e no mar fazia.
Provocava cinismo imenso e na praia morria,
por entre sombras e sois o mar era ironia.
Enlaçado pela lua que dormia,
acordou-a e bailando o mar sorria.
E do dia se fez noite mais cedo do que seria,
tatuou-se de negro, mas de alvo o mar queria.
A esperança no ar trajava o vapor que não se via,
de luto e branco o mar vestia.
Ardiloso e sorrateiro pela madrugada gemia,
num ápice agitou-se e mostrou mais energia.
Soltando sopros da alma pela coragem que se via,
da noite se fez dia e do mar poesia…

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