Acredito
numa nova visão da tarde, da noite, uma visão em que mate o dia, ainda novo,
que veja algo entre as trevas da noite e eu, algo como tu, parecido com tudo aquilo
que imagino mais o que hei de descobrir, sei de ti tejo, coisas entre o nada e
algures, suor de ti, de mim, suor da noite perfumado de menta e hortelã, sei de
ti, sei que enches a minha cidade de esperança e de carinho, sei de ti, sei que
és algo encoberto entre ti e o passado de ti, algo novo que neste baile da vida,
dança com a vida dos outros e nunca deles sai, algo que permanece dentro dos
que contigo privam e que neles abre rombos caminhando ao naufrágio da realidade
suprema. Encosta-te ao mais alto dos mundos, o da felicidade que alimenta sonhos
de casais e de passagens de nós entre nós e nós, deixa o mundo vigoroso entrar
na tua vida, deixa-te permanecer nas nossas vidas, deixa te ir em busca da loucura
do desconhecido, perde meia hora da tua noite para pensares naquilo que é
errado mas muito bom, naquilo que entre nós entra, mas que em nós nunca
permanecerá, algo de abstrato mas de concreto outra vez, deixa-me guiar-te ao
concerto da vida e nela cantar para ti, deixa-me ser o teu nobre que por ti
luta até à ultima batalha e que por ti triunfará, vem, deixa sentir à flor da
pele os meus arrepios quentes, deixa sentir o horizonte do mar na tua alma escondida
à espera do meu mar, no teu mar, na imensidão de ti. Sigo-te no brilhar da luz
que és e que ofusca a minha, banal e cruel.
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