A cada dia em que o sol se põe, mais experimento o destino de
caminhar só pelo mundo, mais sinto que o nascer de um outro tempo nunca mais
chega, mais tudo me assemelha igual, mais tento treinar a cartada da vida, mais
pressinto deitado numa cama qualquer a essência de não viver, mais tento falar
e não articulo vocábulo algum, mais preciso de compreender a beleza de como é usufruir
de viver, mais dou sem pretender, mais o céu me desaba em cima, mais de mim defino,
mais apreendo o pior de todos os cosmos, mais noites mudas aparecem, mais perspetiva
solitária tenho na avaliação dos outros, mais adivinho o que não quero, mais me
coloco de parte, mais sinto a luz encrespar caminho, mais circunstâncias em que
não sei dizer porque, mais louco permaneço, mais portas cerradas me surgem pela
frente, mais requinte alienado encontro, mais rostos de angústia avisto, mais nutro
amor pelas trevas, mais me tento esconder, mais contemplo a mentira espelhada
nos olhares eventuais, mais aguardo por um outro nascer de sol, menos negro,
menos idêntico, menos jogadas sinto que tenho que praticar, menos temor tenho
de não viver, menos silêncios tenho que proferir, menos me preocupo com não existir,
menos preciso que me deem, menos porção de céu contemplo no horizonte, menos dos
outros preciso, menos tenho que entender o mundo dos semelhantes, menos ruído
noturno se hospeda, menos opinião por terceiros tenho, menos me sinto, menos me
disponho à parte das realidades, menos escuridão encontro no meu trilho, menos
me interrogo, menos lúcido estou, menos verdades consigo ver.
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