Hoje durante uma formação que só agora acabou, falava-se em marinha e em marinheiros, fiquei a saber que há na marinha especialidades esquisitas, como um tipo que empurra torpedos e afins, falava-se no passado.
Imaginei um navio cheio de gajos que se vestem de branco com
umas coisas penduradas que parecem babetes, cuja especialidade é empurrar
coisas, acham normal? Eu não, mas o que mais me surpreendeu é que os ditos têm
saudades da coisa.
Meu querido exercito, os gajos eram gajos, as especialidades
tinham nomes de coisas concretas, rádio telegrafista, condutor, sapador, infante,
cavaleiro, a única coisa que eventualmente se empurrava eram os carros quando não
pegavam, e como era a tropa, serviço militar obrigatório o tal que estragava a
vida a uns e abria os olhos aos outros, o tal que se não formava homens formava
bêbados e jogadores de lepra, copa ou sueca, o tal que trocava as voltas aos
mancebos, o mesmo que acabou, o mesmo que não faz falta nenhuma, os militares têm
que o ser a tempo inteiro, mau grado que não estejam preparados para nada a não
ser umas jogatanas de caserna e umas mines no bar, esse era o barista.
Tal qual os marujos, ficam as recordações.
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