Numa deslocação ao hospital de referência da minha área e
durante longos períodos de tempo perdidos entre bichas para o papel A e
impressos para o papel B, lá me fui deliciando com os que me rodeavam.
A primeira uma zuca que, do alto dos seus 100 quilos (dizia
ela à outra) tinha sido erguida pelo namorado tuga, um tratador de cavalos
habituado a carregar fardos de palha, dizia ainda, amor estou toda molhada está
um calor insuportável e olha só como eu fico, olhei também eu, ssssssss tinha o
triângulo das bermudas desenhado em suores, pensei…porra isto não faz jus às brazucas,
dizem que as raparigas oriunda dessa parte da América são rapaditas, será? Esta
não me pareceu.
Mesmo no meio hospitalar acabei então por fazer a minha boa ação
diária, uma miúda na casa dos seus 25 anos, sem cabelo nenhum, mas gira, um
pouco gordita mas engraçada, todos a olhavam com ar de: “coitada tao nova e com
cancro” eu não, olhei para ela com intenções sexuais, fitei-a bem nos olhos
giros que tinha, ela sorriu, eu sorri para ela, sentiu-se desejada e eu
senti-me bem.
Até entrar para a consulta não mais deixou de me fitar por
entre um livro que orgulhosamente envergava.
Depois, bem depois era o velhote cas unhas encravadas, a lady
com os pés numa lástima, a gorda com um vestido de menina, o maluco com olhar estrábico
e os cromos, um de havaianas chinesas e bermudas camufladas, outro de meia branca
e calça preta, e os velhotes de camisa aberta tal não era o calor infernal que
se fazia sentir, pois isto dos cortes não deixam as cachopas ligarem os ar
condicionados.
Já se veem médicos/as com as marmitas a tiracolo, à pois é…
Pois a crise é geral, conheço um sítio que para não ligarem os ar condicionados esconderam os comandos. Parece-me bem :)
ResponderEliminargostei da sua prosa hospitalar... e do sorriso que trocou com a miuda cancerosa... à vida afinal pode ser bela, à pois é...:)
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