segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Bicha...


Já repararam no que fazem os outros nas bichas de carro? Bicha sim, para mim bicha continua a ser bicha, sei da variedade da conotação mas, sei também, na apetência para os letrados conservadores maldizerem o novo acordo ortográfico, os mesmos senhores que incorporaram palavras Brasileiras no seu quotidiano apenas porque os seus sinónimos Portugueses, podem ser ligados a palavras menos bonitas, para esses, reacção continua ser reacção e não reação, enquanto bicha, passou a ser fila, que engraçado…Português, como diriam os Italianos, “comme il faut”.

Feita a justiça à palavra bicha, sabe-me agora bem dissertar acerca da atitude, mais ou menos pecaminosa, do português no ato bicheral.

Já vi de tudo um pouco, o cavalheiro educado que, ao volante da sua maquina Alemã tira o burrié, com estilo sacrifica a mindinho até aos cornetos rodando-o, com a unhaca, lá consegue atingir a amadurecimento macacal e com determinado requinte olha o resgatado com ar desconfiado desfazendo-o em sentido rotativo, não vá o gajo do lado estar a reparar, pespega com o animal na parte inferior do estofo, normalmente com movimento similar ao da recolha, rodando desta vez todo o pulso, obrigando o escafóide a manobra delicada.

A senhora que cuidadosamente enfrenta a pala do carro e fruto da demora matinal que lhe roubou a capacidade de réplica num gládio vespertino com a bula do Xanax, aplica poções mágicas nos olhos e pinceladas na face, entre uma e outra apitadela de um senhor invejoso, brinda a assistência com caretas faciais próprias da aplicação de tão sofisticados químicos.

Existem outros, o meu caso, o que compra o Diário de Noticias e entretém-se lendo-o, volta nas voltas, de quando em vez, lá vai um toque no da frente, coitados com a azia matinal saem das maquinas logo em atitudes agressivas, pobres, daqui não levam nada a não ser a declaração amigável, no caso concreto o “je” (como dizem os Italianos), lê e repara no que os outros vão a fazer, caso assim não fosse não poderia estar a escrever esta cronica.

Atualmente ando triste, os telemóveis vieram-me lapidar o repertorio cronista, a moda pegou, até os policias vão fardados com os meninos na mão, há uma outra cronica a escrever acerca da idiossincrasia e aptidão nacional para o uso de telemóveis.

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