quinta-feira, 11 de abril de 2013

Adoro o vento




Só se me aproxima o silêncio, somente ele me aparece, aparecem-me sombras da distância, as mesmas que entorpecem a mente e perguntam: Sabes quem és?
Respondo-te depois da multidão partir, depois do pior tempo acabar, depois dos olhos já não conseguirem ver e a mente já não mais conseguir cogitar. Até os meus olhos já não conseguem mais chorar suavemente, pela parte inferior de qualquer vida, já não conseguem distinguir poderosas rainhas de simples plebeias, continuo esboçando sorrisos cínicos, por entre esquemas sentimentais complexos, feitos e desfeitos sem conta, sinto a vida da tempestade e a morte da calmaria, a luz e a ausência dela, a plenitude do tempo e a falta de espaço mental. Adorando o vento, encontro um ponto de fuga, partilho e compartilho comigo mesmo a tristeza de não poder ser, de não poder precisar de ser, de não poder saber o que é ser, procuro-me, procuro um lugar para me poder procurar, encontro o vento que sopra de norte e ilumina esta minha escuridão do espírito…

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