sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Sou...


-Simples, eu embora seja uma pessoa rodeada sempre por muita gente, que decide, que se atreve, sou também dos seres mais solitários que existe.

-Não vivo em manadas, vivo na busca de algo dentro de mim que nunca encontrei, daí talvez a revolta que me assola permanentemente.
-Eu nunca me habituei a partilhar, até mesmo comigo, acho depressivo ser assim.
- Acho mais fácil atrapalhar a realidade dos outros do que me expor à perceção alheia.
- Vivo com os meus pensamentos, bem.
-Não me comove a tristeza dos outros, nem a sua felicidade me faz rir.
- Não sinto, praticamente, sentimentos puros, não acredito neles.
-Não me entrego na plenitude, só pertenço a mim.
-Não sou frequentemente eu. Eu não sou quem os outros pensam.
-Até nas coisas mais simples consigo encontrar defeitos, alguns em mim e muitos mais nos outros, tenho a virtude de os encontrar até num copo de água.
-Sou um obcecado pela vida em comunidade e um amante extremoso da solidão.
-Faço-me parecer e nunca ser, sou mais alvo de análise e menos de caraterização.
-Sou um ser constante, banalmente apetecido e disputado entre o comum dos mortais.
-Sou apenas aquilo que gostaria de ter sido mas que se foi criando, lentamente, com as injustiças que presenciava no quotidiano.
-Tenho cara de diabo e corpo de anjo, sou mesmo o diabo em cara de anjo.
- Sou tão eu mesmo que, não é fácil disfarçar em público, o mau estar de não querer estar.
-Sou carente e extremamente amado, sou mau, sou bom, abstrato e concreto, duro e permissivo, frio e cálido, doce, amargo. Sou um ser único desprovido de qualquer identidade real a não ser, ser..



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