Transformamos a experiencia mais sublime em afeto, eliminamos
zonas de conflito moral connosco e com os outros, deixamos inundar territórios
de paixão, tropeçaremos em montanhas de revolta e de ódio por nós, mas não nos
deixaremos ficar infinitamente distantes da vida. Abrimos nossos corpos a
padrões de beleza inatingíveis e deixemos a autorrejeição social de lado.
Por isso...
Por isso...
Quero acabar navegando
na esperança de acabar com esta mutilação emocional que me invade, que me cria
conflitos, incompreensão, intolerância, não quero viver em pé de guerra com a
minha mente para sempre, quero conquistar o ser que há dentro de mim, quero ser
a razão de ser, o eu, libertar a criatividade, surpreender-me, explorar o meu
solo ingénuo mas prático, frustrar a miséria dos que assim não pensam, a validade
da sua simples consideração de ser, da sua culpa de errarem sempre sós, entre
causas que nunca defenderam e outras perdidas na pacatez própria das suas vidas
pequenas.
Sobrevivo às tentativas de correr riscos atrás dos riscos dos
outros com a rispidez que me talha o trato, intimamente comigo e a razão de ser
único, encontro complexo entre mundos, largo o alheio para no meu entrar,
caminho para o mundo dos deuses entre sinuosas emoções achando-me a cada volta
do caminho e provocando cicatrizes na alma.
Executo o plano B, o do lado de lá da dúvida, da incerteza, da
pobreza de iniciativa, não sou mais vítima desta nova Jihad, morrendo aos poucos dentro de mim, dentro daquilo em que
posso acreditar e tenho medo, dentro da complexidade de decidir, um dia serei
eu, nem que para isso tenha que mover o mundo, arranhar as almas dos outros,
hei de ter prazer de viver, farei da vida uma companheira de guerra, de
sofrimento, de dificuldades, prazer, sensualidade, de amor. Propagarei na tela
do mundo um livro sublime para mim e para os outros, assim eu o consiga.
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