segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O meu caminho!

Podes fugir, podes saber que nunca serás a minha outra escolha, podes ate pensar que é do teu lado que permanecerei.
Podes não perceber porque fugiste, caminhar ao longo do nada, porque nada é tudo, e tudo é apenas um espaço vazio, um espaço por preencher, por nunca me veres carpir sem razoes aparentes, sem a realidade por detrás de mim, sem a alma fria, constantemente, dentro de um espaço vazio.
Podes não perceber que a palavra “esperar” é sinonima de partir sem nunca olhar para trás.
Podes não entender que quando se trilha um caminho não antecipamos obstáculos, caminhamos. Podes ate não acreditar que as palavras são apenas uma maneira singela de exprimir sentimentos, podes ate não perceber porque fugiste sem palavrear.
Podes nunca perceber esta sombra, esta maneira de não ser nada, de mostrar tudo e esconder algo, podes não reparar que existem outras maneiras de te ver, de te ser, de te ver e ser ao mesmo tempo. Podes ate encontrar uma outra maneira de viver mas, nunca mais serás aquilo que viveste, aquilo que mostravas ser, perdeste a única maneira de te encontrares, perdeste o sentido que te atravessava a alma e te fazia lacrimejar o coração. Não importa a maneira como te vês, podes ate ver-te como a melhor de todas as escolhas, a melhor de todas as diferenças, a melhor forma de te ouvires porque não escutarás nada, não encerras essa capacidade de te ouvires, de te enfrentares, de nunca achares que chegou a ultima noite o ultimo momento, o momento de saberes como os outros se sentem, de como eu me sinto, não tens essa capacidade, Talha-te o modo de pensares as emoções que sentes, talham-te as palavras vãs que prenuncias em que não acreditas, as que nunca sentiste, as que nunca quiseste aprender.
Só mais uma noite, nada mais, apenas uma outra noite, nela podes sentir a banalidade da palavra, autenticidade abrangente do retorno da ideia plena, fuga atroz da mentira que é não te poder corrigir mais.

Podes ate parecer que voltarás a ser, mas não, nunca mais voltaras a ser, perdeste o jogo do ser, ser e não ser é ser na mesma, perdi-me, como disse Clarice lispector “Perder-me também é um caminho”. Digo eu, o meu caminho.

1 comentário:

  1. A vida é como a música. Deve ser composta de ouvido, com sensibilidade e intuição, nunca por normas rígidas.bjin

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